E sorrir era um…

3 09 2012

E sorrir era um ato que doía, dor física. Ele mesmo notava como o bom humor o fugia. Tudo que falavam soava desinteressante, e nas raras vezes em que mereciam um lábio puxado, uma mostrada de dentes, irrompia a dor, o corpo contra o corpo. Autoflagelação involuntária.Sorriso castrador.
O riso se foi e a dor só aumentou.Tudo andava mais lento, enquanto as mordidas no chiclete mais rápidas.O barulho que fazia e a leve pressão imprimida nos dentes eram viciantes. Nem violência o excitava mais. Tudo estava cinza e cheirando a fumaça, mas ainda era segunda.





6 03 2012

Nó,

era assim que sentia a vida. Já não conseguia andar. Não via progresso em todas as novas construções.

Palavras,

eram instituições falidas. Libertas logo após de serem faladas. Voavam em outra direção.

Cegueira,

recorrente. Toda a cor já não era vista. A sensibilidade gritava.

Destino,

era o seu Deus.

Deus é o conforto ilusório.

E ele sabia de tudo isso, mas, ainda assim, o confortava.





Cidade Baixa

6 03 2012

tanta necessidade.

dores,

briga, vermelho,

e o sangue escorria como lágrima.

lágrimas de Amor.

 





Alegria

30 01 2012

E ele pulava. Pulava com um sorriso no rosto. Me perguntava se toda alegria era por conta da pouca idade. Pulava ignorando o cansaço. Pulava como se não existisse tristeza. Pulava para poder andar ou era só alegria? Mas ainda acho que eram os dois… E a esquina fez sumir o menino de um só pé…





28 01 2012

Aquilo era alucinógeno. As batidas no coração aceleraram. A pele pegava fogo. Os olhos desconcertados já não ficavam mais parados. Negavam a visão. O tato aumentado. Extasiados. Precisavam de mais. Insaciados.  Duas noites. Ocitocina.Era tanta fome. O tempo não bastava. Amor demais. Deitados eram deuses e já não viam nada ao redor. Estava apaixonado.





23 01 2012

Quando a noite chega

e minha energia vem,

ouço roncos.

 





8 01 2012

Arte faz (P)arte.





8 01 2012

Quanta pretensão achar que a vida é toda de sim ou não.





(R)evolução

8 01 2012

Há tempos não postava, assim como há tempos não me sentia tão bem. O meu bem é um bem tranquilo, um bem que vem do estável, um bem que vem do bom. Me sinto bem por ter novos bens e cultivar os antigos.

 Como é bom olhar para trás e ver como minha vida se desenrolou. Como tenho pessoas incríveis ao meu lado. De como, hoje, sou mais feliz. O fato de não conseguir guardar rancores me ajuda a estar assim, me sentindo leve (mesmo a balança não concordando). 

Essa felicidade em um fim de domingo, se intensifica por daqui a menos de duas horas ser meu aniversário. Por ontem, eu ter estado ao lado de pessoas que trazem os melhores sentimentos que alguém poderia ter. Como reclamar da vida? 

As coisas estão acontecendo, e isso é tão reconfortante, sabe? Hoje eu sou só gratidão. Amanhã, também. E quando eu não for mais, ainda serei grato. Grato a vida, a Deus, aos meus pais, meus amigos, ao jeito que as coisas fluem.

Tem horas que me pego pensando em como os últimos anos foram intensos… foram mudanças, amores, amigos, foi uma incrível (r)evolução.

E que tudo continua fluindo e que amanhã seja mais um grande dia 9 de janeiro. 





30 10 2011

Engraçada essa vida

que em um dia

gira tudo

muda o mundo

muda as circunstâncias

me muda.